sexta-feira, 1 de novembro de 2013

CHAMA






Meu coração fêmeo

Que não tem regras além dele mesmo...

Minha alma cigana...

Que não se cansa de caminhar em si...

Minha febre gestora ...

Que queima, cria e encanta sem medos...

Meu corpo são em mente fértil...

Terra fresca em ventre cálido...

Vento leve em pé descalço...

Pedra dura em cisma minha...

Água bendita, suor, lágrima, sangue, tudo...

Nascente que não morre, só renasce, sempre.

Meu coração...

Chama.



∞ Valeska de Gracia 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quero...



A lua me acolhe nua em seu leito manso
Coração pulsante da Terra em meu peito bate
Quero o tudo, o além, o aquilo que não tem nome
Nem cara, nem verbo, nem nada, sem sentido...
Quero o gosto da vida na ponta da língua insaciável a me beber em largos goles
O som do mar a entoar minha alma sã em corpo insano...
Quero muito além do que os olhos vêm, os braços alcançam e o corpo sente
Só quero o vento afagando meus cabelos sem cuidado
E a sábia calma da noite com toda a magia que me cabe.

Valeska de Gracia

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Caminhando


O comum não me sacia e a rotina me entedia.
Não sei viver de pequenos passos, mas tento.
Meu coração está sempre gritando mais do que devia.
Sou impulsiva, às vezes até compulsiva, contudo sei voltar ao centro.
Não sei tomar medidas comedidas, ou tudo ou nada.

Estou aprendendo, mas não sei se quero...
Existe um laço frouxo que me ata ao mundo
Um espaço vago que me aparta dele (mundo)
Um passo incerto que me faz acertar



Um astro errante que me guia às cegas
Insistindo em alargar as distâncias
Dentro das estâncias que me devia ajustar
Percorro sem temor, mas com a cautela de quem sabe...

Mas já caminhei por nuvens, sem me incomodar.

Pareço com algo que gostaria de ser
E sou muito melhor do que poderia imaginar.
A experiência certifica o erro, assim me permito seguir
A perfeição já não me atrai como antes...
A melhor semente nem sempre dará o melhor fruto.
Isso a vida também me ensinou.


Valeska de Gracia

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Noite

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sem Desculpas.





Sem Desculpas.

Não, não vou me desculpar...
Por sofrer de total intolerância a abusos
E ter vontade de jogar tudo para o alto
Quando invadida em meu espaço sagrado
Por sentir medos, raivas, insônias, vontades, desejos e desesperos.
Não, não vou me desculpar...
Por querer ter alguém especial e crer que isso é infinitamente mágico!
Por acreditar que amar sempre vale à pena e estar sempre disposta a recomeçar quantas vezes forem necessárias, desde que seja amor e recíproco.
Não, não vou me desculpar...
Por falar às verdades que me doem podendo também machucar quem mais amo
De gritar quando meu coração explode sem estancar a emoção
E de não conseguir dissimular quando seria prudente fazê-lo.
Não, não vou me desculpar...
Por ser mulher no mais profundo sentido da palavra
Uma mulher diferente sim, incisiva, impulsiva, inquisitiva
Por não ser a mais doce das criaturas quando brava
Contudo tão feminina e companheira como poucas.
Não, não vou me desculpar...
Por ser incrivelmente apaixonada e terrivelmente acometida de sinceros sentimentos de amor,
Ainda que de modo instintivo e um tanto possessivo.
Não, não vou me desculpar...
Pois quero poder ser aceita do jeito que sou, e se não puder ser, quero saber que apesar de toda minha palavra cortante, da minha insanidade mansa, da minha atitude indomável, sou fiel a mim e ao que sinto!
Isso me faz saber que sou simplesmente única, exclusiva, completamente ímpar, intensa, total.
Assim retomo meu poder, meu respeito, zelo por mim e mantenho a integridade do meu ser,
Mesmo esta não sendo a minha melhor parte é um pouco do que sou...
Por que entendo que acolhendo minha sombra, me reconheço Luz!
Não, não vou me desculpar.

Valeska de Gracia

sábado, 24 de março de 2012

CODIFICADA


Nas frestas entre as palavras
Nas pausas dos dizeres, me desvendo
Tente encontrar-me por entre as vírgulas
Embora elas pouco me expressem
Sou mais as reticências...
Pois sempre tenho um algo mais
Aquele além, que procura me descobrir
Vem me encontrar nas entrelinhas
Não me escondo, insinuo
Assim me revelo...
Já não sei se sou entendida
Mas quero ousar, tentar
Antes de qualquer despedida
Quero ser lida, relida
E reinventada se preciso for
Mas não desista da minha leitura
Sei, sou codificada, mas para ti serei nítida
Se me quiseres decifrar do fundo de tua alma!

Valeska de Gracia