segunda-feira, 20 de junho de 2011


Apenas necessito gritar em palavras as tempestades que agitam o mar em mim. 
Expressar é como respirar após longa chuva o ar limpo das noites de verão.
Minha alma afoita sabe que precisa do espaço, do ímpeto, do pulsar.
As idéias vêm e vão como um balanço nos galhos de farta cerejeira
Caem os frutos nas mãos vazias e me nascem doces em versos.
O sabor preenche-me de súbito perfume primaveril...
Lambuzo-me nesse néctar, cresço, rejuvenesço, pouso em mim.
Sou aquilo que ressoa no breve espaço entre a vírgula e o meu próximo despir;
Me despojo entre as linhas derramando-me no vácuo da folha alva e nua,
São pedaços sem sentido, mas só para quem não sente o que pressinto.
E antes que o ponto final revele, me entrego.

Valeska de Gracia

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